São 516 anos de extrema violência colonizadora neste continente. Foram milhões os indígenas que morreram no decorrer desta história; mortes ocasionadas por doenças, conflitos e outras violências advindas da relação com os colonizadores; e atualmente também na relação com os não-indígenas que carrega, necessariamente, a marca desta desigualdade histórica.
Enquanto nas escolas há o ensino dos mitos gregos, pouco ou nada se fala dos mitos indígenas que, como aqueles, fazem parte de nossa história, do que somos. Sabemos dos atentados praticados contra os europeus, mas não somos informados das violências físicas (assassinatos) e mentais (ameaças, suicídio etc.) que ocorrem cotidianamente, por exemplo, no Mato Grosso do Sul, contra os Kaiowá, Terena, entre outros povos. Precisamos reagir à intolerância cultural que é praticada contra povos que insistem, há anos, que são diferentes e pensam diferente; que quando demandam terra, saúde, educação etc. não pensam que estas sejam coisas distintas, ou que seja possível trabalhar uma separada da outra, como os não-indígenas insistem em distinguir.
*Projeto de Emenda à Constituição que altera os artigos 49, 225 e 231 da Carta Magna, transferindo a competência das demarcações das terras indígenas do poder executivo (FUNAI e ministério da justiça) para o Congresso Nacional.